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Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Olá! Somos um grupo de amigos preocupados com os rumos tomados pela nossa insólita Nação que, após anos de alienação intelectual e política que tolheu de muitos a visão do perigo, caminha a passos largos rumo a um socialismo rastaquera, nos moldes da ilha caribenha de Fidel, ou ainda pior. Deus nos ajude e ilumine nesta singela tentativa de, através deste espaço, divulgar a verdade e alertar os que estão a dormir sem sequer sonhar com o perigo que os rodeia. Sejam bem vindos! Amigos da Verdade

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Senador sugere plesbiscito para defender fechamento do Congresso

Do Blog do Reinaldo Azevedo, segue o comentário dele no post seguinte

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Por Eduardo Bresciani, do G1. Comento no post seguinte:
O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) sugeriu no plenário da Casa nesta segunda-feira (6) a realização de um plebiscito para que a população decida sobre o fechamento do Congresso Nacional. A ideia do senador decorre das críticas que o Congresso vem recebendo.
“A reação é tão grande hoje contra o parlamento que talvez fosse a hora de fazer um plebiscito para saber se o povo quer ou não que o parlamento continue aberto”, afirmou o senador.
Cristovam disse que não pretende apresentar nenhuma proposta formal neste sentido, mas afirmou que se a população votasse pelo fechamento a medida não poderia ser entendida como golpe. Ele afirma que, caso o plebiscito viesse a ocorrer, faria campanha para que o parlamento continue aberto.
O senador chegou a dizer que o Congresso está hoje “quase irrelevante” e que precisa de mudanças. “Deixo o povo comentar quem é a favor ou contra um plebiscito sobre se fechar ou não o Congresso. As razões para fechar não são apenas as dos escândalos. São também as razões da inoperância, do fato de que nós estamos hoje em uma situação de total disfunção diante do poder. De um lado tem as medidas provisórias do Executivo e, de outro, as medidas judiciais do Judiciário. Nós somos quase que irrelevantes.”
Cristovam defendeu a idéia de uma “limpeza”. “Nós temos de entender que, se o povo quer que ele [o parlamento] fique aberto, quer que ele fique limpo também. E hoje o que nós passamos não é a ideia de limpeza, o que nós passamos é a ideia de mordomias, de pouco trabalho, do divórcio entre nós e as necessidades do povo.”

Cristovam, pegue o boné e vá pra casa

Um "texto de formação" para o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que, coitado!, ainda não entendeu o regime democrático. E, se não entendeu até agora, esqueçam. Não dá mais tempo.
Suponho que esteja tentando ser, a um só tempo, irônico com as críticas generalizadas ao Congresso e também crítico aos desmandos do Legislativo. Nos termos em que se expressa, no entanto, consegue se mostrar, no máximo, tolo. Seu discurso, aliás, é uma evidência da assustadora mediocridade do Parlamento. Mas nem assim se justificaria o seu fechamento. Uma democracia é obrigada a conviver até com a bobagem.
A ironia e argumentação ab absurdo são recursos retóricos válidos num discurso ou numa porfia. O diabo é que essas coisas se desfazem quando o senador afirma que, se o povo votasse pelo fechamento do Parlamento, “isso não seria golpe”.
Errou, senador!Errou feio!Seria golpe, sim. O senhor tire o bloquinho do bolso e anote aí o que Tio Rei vai dizer — Tio Rei não se importa de aprender com os moços ou de ensinar aos velhos: nem o povo tem legitimidade para fraudar a essência da democracia. Pense, senador, por exemplo, nas cláusulas pétreas da Constituição. Não podem ser mudadas, como o senhor deve saber, por emenda constitucional ou por qualquer outro instrumento. Só uma Constituinte poderia alterá-la. E uma Constituinte requer rompimento da ordem.
Ademais, caro senhor: se fosse dado ao povo votar em tal plebiscito, quem lhe teria facultado tal possibilidade senão um golpista?
Não, não, senador! O Parlamento tem de continuar aberto, operando com todas as suas prerrogativas. E tem de ser decente. Ainda que o senhor, pelo visto, não considere isso possível. Sendo assim, em vez de dizer tolices, tem de pegar o boné e ir pra casa.
Nem o povo tem o direito de, usando os instrumentos da democracia, solapar a democracia. É por isso, senador, que um linchamento, segundo os valores que aprendemos a cultivar, será sempre uma barbárie, independentemente dos motivos, das motivações e do crime cometido por aquele que se quer esfolar. Porque a civilização democrática aprendeu que os julgamentos devem ser feitos em tribunais, garantindo-se o direito de defesa. Ainda que o povo queira o direito de linchar, nós não lho daremos. O senhor me entende? Quer que eu desenhe?
“Nós, quem?”, o senhor poderia perguntar. Respondo sem susto — e quem sabe o senhor fique um tanto arrepiado: “nós, as “elites”, os que formos distinguidos, por um conjunto de razões, para zelar por valores que a todos protegem, embora nem todos possam estar dispostos a protegê-los.
O seu destempero retórico pode nascer do desencanto — tenho até certa simpatia pelos desencantados e pelos pessimistas —, mas se deixa tocar pelo populismo mais rasteiro quando supõe que a única fonte de legitimidade da democracia é a maioria. O senhor está errado. Não existe democracia sem a proteção às minorias. Aliás, senador, nem é preciso regime democrático para fazer o que a maioria quer, como o fascismo deixou claro.
Na democracia, senador, a gente tem de ser tão diligente, mas tão diligente, que, se for preciso, a gente ajuda o povo a se proteger de si mesmo...
E de alguns senadores, é claro!