Quem somos

Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Olá! Somos um grupo de amigos preocupados com os rumos tomados pela nossa insólita Nação que, após anos de alienação intelectual e política que tolheu de muitos a visão do perigo, caminha a passos largos rumo a um socialismo rastaquera, nos moldes da ilha caribenha de Fidel, ou ainda pior. Deus nos ajude e ilumine nesta singela tentativa de, através deste espaço, divulgar a verdade e alertar os que estão a dormir sem sequer sonhar com o perigo que os rodeia. Sejam bem vindos! Amigos da Verdade

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Que tédio...

Do Blog do Noblat de 15/12/2008

O truque de sempre

Tomara que ao fim e ao cabo Lula esteja certo, e a crise econômica que abala o mundo não passe entre nós de uma marolinha vagabunda incapaz de ser surfada. Porque, do contrário, seremos obrigados a suportá-lo, e aos seus aliados, atribuindo a culpa pela crise aos governos anteriores e, para variar, também à mídia “irresponsável e golpista”.

Quanto à oposição, essa não sabe sequer tirar proveito do que se tornou uma marca do discurso oficial do governo e dos seus áulicos: a previsibilidade.

Há problemas? A culpa é dos governos que antecederam o atual.

O PT meteu os pés pelas mãos? PSDB e DEM meteram antes.

O mensalão, por exemplo, foi algo diferente de caixa dois. No caso dele, pagou-se propina a deputados. Caixa dois é dinheiro ilegal doado a partidos.

Lula negou o mensalão e admitiu o caixa dois, certamente um crime perdoável aos olhos dele e cometido por todos os partidos.

O Supremo Tribunal Federal aceitou a denúncia do Procurador Geral da República contra 40 mensaleiros integrantes "de uma sofisticada organização criminosa" que tentou se apossar de parte do aparelho do Estado. A denúncia distingue muito bem mensalão de caixa dois.

Este ano, como o governo reagiu à descoberta do mau uso do cartão de crédito corporativo? Demitiu a ministra da Igualdade Racial que pagara com cartão as compras em um shopping de aeroporto. Em seguida, a Casa Civil da ministra Dilma Rousseff providenciou um levantamento sobre despesas sigilosas do governo Fernando Henrique Cardoso pagas com cartão.

A idéia era a de sempre: se erramos, nossos adversários também erraram.

O discurso a ser repetido diante de um possível agravamento da crise por aqui foi testado e aprovado com louvor na semana passada durante reunião em São Paulo de 240 dirigentes do PT de 26 estados. Ricardo Berzoini, presidente do PT, esteve presente e concordou com ele. O ex-ministro José Dirceu, também.

Coube ao expansivo Gleber Naime, secretário-nacional de Comunicação do PT, resumir o discurso:

- A crise tem pai e mãe. Ela é uma crise do modelo neoliberal, daqueles que no Brasil defenderam as idéias de desregulamentação do Estado, ou seja, o PSDB e o DEM. E esse debate o PT vai fazer. Os neoliberais perderam.

Curioso, no mínimo. Com que modelo o PT governou até agora? Com o que recebeu pronto. Antes de começar a governar, havia assegurado por meio da famosa Carta aos Brasileiros, assinada por Lula, que não mexeria no modelo – como não mexeu.

Antonio Palocci, o primeiro ministro da Fazenda, mimou Pedro Malan, a quem sucedeu. Henrique Meirelles, eleito deputado federal pelo PSDB, foi nomeado presidente do Banco Central.

Com o tal modelo o governo foi bem-sucedido. A decisão de conservá-lo ajudou Lula a alcançar admiráveis 70% de aprovação popular.

É pura malandragem faturar o que o modelo ofereceu de bom ou de razoável e culpar a oposição por seus graves defeitos. Quer dizer: tudo que derivou de positivo do modelo deve ser creditado unicamente ao PT e ao seu líder máximo. O que derivou de ruim a uma oposição que mal consegue se opor.

A denúncia do modelo que sustentou o governo e que foi por ele sustentado vem acompanhada da crítica à mídia, acusada de “espetacularizar” a crise porque não gosta de Lula e do PT.

Nada de original há nisso também. A mídia foi sempre apontada como inimiga do governo toda vez que algum escândalo o ameaçou. A memória coletiva é curta. Confiram nos arquivos como ela tratou os governos passados envolvidos em escândalos.

Das figuras políticas mais antigas ainda na ativa, somente o senador José Sarney (PMDB-AP) pode dar testemunho do que é governar de fato com a mídia toda alinhada contra ele.

Nem por isso foi por fraqueza que Sarney evitou antagonizá-la. Foi por entender que é melhor para a democracia uma mídia repleta de falhas do que nenhuma mídia. A companheirada prefere uma mídia amestrada. Não terá.

Nenhum comentário: