No blog do Reinaldo Azevedo
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Como vocês sabem, pertenço àquela minoria extrema de quatro articulistas em que Marcelo Coelho detectou uma grave doença: o pessimismo sombrio. Se vocês me perguntarem qual é o principal sintoma da moléstia, talvez eu diga: "aversão à demagogia", o que muita gente confunde com o solapamento das esperanças. O pessimismo sombrio se agrava com a manifestação de alguns vícios. Um deles é usar a calculadora. Pois bem. Abro o Painel, da Folha, editado, com a competência habitual, por Renata Lo Prete, e encontro lá o que segue:
O grupo que dá os retoques finais no pacote habitacional a ser anunciado por Lula avisou o Palácio do Planalto: a meta de construir 1 milhão de casas até dezembro de 2010, esboçada em declarações extraoficiais, é ambiciosa demais para ser atingida. Segundo a equipe, a indústria de construção civil não tem "condições logísticas" de atingir tal ritmo.Diante desse diagnóstico, assessores de Lula estudam duas possibilidades: a) prometer fazer as casas num período "em torno de dois anos", o que incluiria o mandato do próximo presidente; b) simplesmente não mencionar prazo quando do anúncio das medidas. O pacote ainda não tem data para ser lançado.
Então segue em azul o que escrevi no dia 11 de fevereiro:Os milagres vão se multiplicando. O PAC, que, reitero, não existe, teve mais do que dobrada a sua verba da noite para o dia. Sou contra botar aspas nas palavras para mudar o seu sentido. O fato é que Lula nos colocou diante de um problema também de linguagem. Como vamos nos referir objetivamente às desrealidades com as quais ele nos confronta? De pouco mais de R$ 500 bilhões, o PAC saltou para R$ 1,4 trilhão... Hoje foi o dia da multiplicação da habitação popular: na semana passada, anunciou-se a construção de 500 mil casas. Ah, é pouco. Por que não o dobro? E Lula mandou ver: “Eu quero um milhão de casas até 2010. Não gostei do que foi apresentado. Pedi para refazer alguns estudos, e ele pode ser reapresentado a mim até sexta-feira". E adivinhem quem vai lançar o programa, que será apresentado, a exemplo do PAC, como obra já realizada? A mesma Dilma que hoje anunciou o programa de intenções (sic) aos prefeitos. Estamos diante de uma máquina de propaganda profissional, azeitada, que faz com que a imprensa se esqueça até mesmo de indagar de onde vai sair tanto dinheiro ou quanto dinheiro já foi efetivamente gasto no tal PAC. Tudo se desenvolve numa certa esfera de otimismo onírico.
Assim...
Alguém acometido de pessimismo sombrio pode até ser menos feliz do que os crédulos do otimismo de exaltação. Mas jamais será um sem-teto do palanquismo.
Quem somos
- PANACEIA POLÍTICA
- Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
- Olá! Somos um grupo de amigos preocupados com os rumos tomados pela nossa insólita Nação que, após anos de alienação intelectual e política que tolheu de muitos a visão do perigo, caminha a passos largos rumo a um socialismo rastaquera, nos moldes da ilha caribenha de Fidel, ou ainda pior. Deus nos ajude e ilumine nesta singela tentativa de, através deste espaço, divulgar a verdade e alertar os que estão a dormir sem sequer sonhar com o perigo que os rodeia. Sejam bem vindos! Amigos da Verdade
domingo, 1 de março de 2009
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