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Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Olá! Somos um grupo de amigos preocupados com os rumos tomados pela nossa insólita Nação que, após anos de alienação intelectual e política que tolheu de muitos a visão do perigo, caminha a passos largos rumo a um socialismo rastaquera, nos moldes da ilha caribenha de Fidel, ou ainda pior. Deus nos ajude e ilumine nesta singela tentativa de, através deste espaço, divulgar a verdade e alertar os que estão a dormir sem sequer sonhar com o perigo que os rodeia. Sejam bem vindos! Amigos da Verdade

sexta-feira, 13 de março de 2009

O ESTADO BRASILEIRO CORRIGE MARCOLA OU MARCOLA CORRIGE O ESTADO?

No blog do Reinaldo Azevedo

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Querem alguns, e eu acho que estão equivocados, que sou intolerante com os que não pensam o que penso. Será mesmo? Ou: serei mesmo? Tantos já se expressaram aqui contra as minhas opiniões. O que exijo, aí sim, é um aporte lógico mínimo. Vamos ao caso da hora.
Sou contra a descriminação das drogas, todo mundo sabe. Já devo ter escrito aqui mais de uma dezena de textos a respeito. Também acho que a política de redução de danos, a despeito de suas intenções, acaba resultando em política de estímulo ao consumo moderado. Como não existe consumo moderado de certas drogas — os médicos sabem disso melhor do que eu —, o desdobramento óbvio é o puro e simples incentivo ao consumo.
A ONU renovou ontem, especialmente em razão da pressão americana, a política de combate às drogas. No limite, sua intenção é impedir o consumo e, pois, o tráfico. Aí, então, entra o pessoal da tal “redução de danos”, corrente hoje influente na Europa e na América Latina: “A meta é irrealista; melhor é organizar o consumo, com ações de assistência aos drogados para evitar dramas associados, como a expansão da AIDS”.
O que nasce de um raciocínio torto não pode dar em boa coisa. E esse é torto. Se a palavra de ordem é descriminar e organizar o consumo para pôr fim ao tráfico e poder tratar os dependentes, sou obrigado a indagar que outros crimes merecerão o mesmo tratamento. Pedófilos são doentes, digamos, “mais doentes” do que os drogados. Há alguma falha essencial na formação da psique que os empurra para a prática. É sabotagem perguntar se também essa questão não mereceria uma abordagem, digamos, apenas “medicalizada”? E com quantos outros crimes estamos dispostos a condescender, dada a premissa de que, então, absorve-se o que não se consegue combater com eficiência?
Não! Não posso concordar com essa orientação. O princípio é ruim. E a falha lógica, então, é estupenda. Querem outra?
Leitores já se manifestaram aqui dizendo: “O álcool mata muito mais do que as drogas ditas ilícitas, além de ser um grave problema social. O fumo também provoca mortes por câncer e ataque cardíaco”. Não nego. Ao contrário. Vejo nisso um poderoso argumento contra a descriminação das outas substâncias. Ora, pode-se dizer tudo das drogas classicamente consideradas ilícitas, menos que seu consumo é generalizado, massificado. Não é. E NÃO É PORQUE HÁ REPRESSÃO AO TRÁFICO AO MENOS, ainda que porcamente executado.
Álcool e tabaco só são problemas de saúde pública, santo Deus!, porque o consumo se massificou. E, agora, com efeito, seria contraproducente fazer a história voltar para trás. Proibir as duas substâncias seria entregá-las à rede do crime organizado que já cuida das drogas. Mas isso não significa que se deva fazer o inverso: liberar o consumo das drogas porque, ora, ora, acabar-se-ia, assim, com o crime organizado. Em primeiro lugar, não acabaria, porque ele migraria para alguma outra coisa ilegal. Em segundo lugar, mas não menos importante, haveria, até em razão da queda do preço, um aumento exponencial do consumo, a um custo, no que respeita à segurança e à saúde públicas, impossível de calcular. O álcool e o tabaco legais matam muito? Pois é! Imaginem como seria com a cocaína — um encorajador, pela excitação que provoca, de comportamentos de risco — e com a maconha, um relaxador de censuras, que também conduz a... comportamentos de risco. Alguém sob efeito da maconha não está mais apto a dirigir do que sob o efeito do álcool. Alguma dúvida de que haveria mais pessoas "viajando" atrás de um volante do que há hoje? E sem bafômetro possível?
Ademais, também não está explicado por que certas políticas de redução de danos não podem ser aplicadas. Podem. Sem que, para tanto, as drogas precisem ser legalizadas. Esse negócio de o estado afirmar que é melhor legalizar o que ele não consegue combater é só confissão de incompetência, nada mais.
Querem um exemplo? Pensemos no Bananão. Por aqui, o controle do tráfico de armas, tarefa da Polícia Federal, é pífio, certo? As armas que se vêem nos morros do Rio não são produzidas no Brasil — aliás, não são nem legalmente vendidas por aqui. Como chegaram lá? Tráfico. Imaginem um Brasil consumindo legalmente cocaína e maconha. A bandidagem iria se dedicar ao... tráfico de armas. A menos que legalizássemos também a venda de metrancas e fuzis.
Bem, eu não duvido do que também é uma constatação lógica: se, amanhã, decidirmos que as ações tipificadas como crimes deixarão de sê-lo, estará tudo resolvido. Se colocarmos na legalidade os 50 mil homicídios que acontecem por ano no Brasil, então poderemos proclamar a paz social. Um país pode decidir acabar com o crime tirando de circulação os criminosos. É o que chamo de boa solução conservadora. E outros podem decidir acabar com os criminosos tirando de circulação o crime, não é? É o que chamo de estúpida solução progressista.
Se as ações de Marcola passarem a ser consideradas legais, ele não precisa se corrigir, não é mesmo? O estado brasileiro é que estará “se corrigindo” segundo as ações de Marcola.
Até que não consigam derrubar este argumento, que é lógico, não me venham com conversa mole de descriminação. E também não adianta me xingar. Porque isso não torna bom o argumento.

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