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Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Olá! Somos um grupo de amigos preocupados com os rumos tomados pela nossa insólita Nação que, após anos de alienação intelectual e política que tolheu de muitos a visão do perigo, caminha a passos largos rumo a um socialismo rastaquera, nos moldes da ilha caribenha de Fidel, ou ainda pior. Deus nos ajude e ilumine nesta singela tentativa de, através deste espaço, divulgar a verdade e alertar os que estão a dormir sem sequer sonhar com o perigo que os rodeia. Sejam bem vindos! Amigos da Verdade

domingo, 2 de março de 2008

Nunca namorei Fidel!

Heitor De Paola © 2008 MidiaSemMascara.org

O tratamento dado pela imprensa brasileira, com raríssimas e honrosas exceções, à aposentadoria do maior genocida da história da América Latina é no mínimo asqueroso! Bajulação pura travestida, aqui e ali, de críticas ao ditador, mas escorregando logo – por ato falho ou não – a tratá-lo por Presidente, como se Cuba vivesse desde 1959 num sistema de política constitucional normal. Não havia me ocorrido fazer nenhum comentário sobre o assunto – pois nada, a rigor, mudou por lá, nem na mídia chapa branca brasileira - quando na edição de 26 de fevereiro de O Globo, me deparo com um artigo de Arnaldo Jabor no Segundo Caderno, com o suspeito título de “Meu caso de amor com Fidel Castro”. Há muito tempo deixei de ler este sujeito que tem tentado passar por ex-comunista, no que muita gente acredita, mas o título me chamou a atenção e, ao ler o artigo, vi a que ponto de baixeza pode chegar um indivíduo. Muito além da hipocrisia generalizada da mídia, Jabor escreve um texto abjeto, cínico, hipócrita, metido a besta, no qual subliminarmente, por trás de uma aparente crítica, entoa loas ao carniceiro, elevando-o às alturas de um totem.
Jabor faz parte daquela corriola metida a adeptos da Escola de Frankfurt cujo ponto de partida foi uma tentativa esdrúxula de juntar psicanálise e marxismo numa lamentável mixórdia teórica. Mas, como sou psicanalista e já fui marxista – e hoje entendo mais de marxismo do que naqueles tempos – posso perceber que ele não tem a mínima idéia do que seja nem um, nem outro. Como sabe que tem leitores cativos que adoram a vulgarização dos dois numa xaropada enjoativa, costuma usar artifícios pseudo-psicanalíticos bobocas como fingir que está falando da sua homossexualidade – ou “coisa de bicha”, como chama, fugindo ao politicamente correto. Certamente muita gente deve estar dizendo: que maravilha, ele até admite ter “uma parte” homossexual, ou “um lado” feminino, em idioma psicanalês de botequim. Outro adepto desta prática ridícula é o “competentíssimo” “psicanalista” Gerald Thomas que descobriu que falar mal de Fidel e de Cuba comunista é resultado de “problemas com a sexualidade”, como se referiu ofensivamente a Reinaldo Azevedo que ousou romper a unanimidade da mídia puxa-saco.

Por que nunca namorei Fidel, se fui comunista nos anos 60? Pela simples razão que nem eu, nem ninguém que esteve realmente envolvido no movimento comunista – e não quer apenas posar de bom moço, porque é bonito e dá ibope – jamais acreditou que Fidel fosse outra coisa além do que realmente era: um brutal ditador, assassino de dezenas de milhares de cubanos, latino-americanos em geral, angolanos e quem mais se atravessasse em sua frente e tentasse obstruir seu caminho para o poder total. Assim como Fidel, Lenin, Stalin, Mao, Pol Tot e outros menos votados. Nunca encontrei um revolucionário comunista autêntico – nem quando eu era um, nem depois – que acreditasse por um segundo sequer na tal “utopia” que eles usam – nós usávamos – para enganar os trouxas e imbecis e convertê-los no que já nos primórdios Lenin chamava de idiotas úteis. Lembro-me de como ridicularizávamos estes babacas que serviam de excelente massa de manobra! Nunca houve esta tal de utopia, ou idealismo utópico - só como estratégia de doutrinação.
Tomei conhecimento de Fidel já em 1959, por incrível que possa parecer atualmente, através da revista LIFE, que meu pai assinava. A crônica inocência, burrice, ou sei lá o quê, dos americanos, fez com eles mesmos iniciassem o tal mito dos heróis aventureiros de Sierra Maestra. Lembro que aquela reportagem – a capa mostrava Fidel e outros guerrilheiros, armados até os dentes, em plena selva – desmanchava-se em elogios aos bravos jovens que desafiavam o abominável ditador Fulgencio Batista.
Passados alguns anos, sendo um destes idiotas úteis, comecei a perceber a farsa mas gostei de fazer parte dela. Foi então que me convidaram para entrar no círculo mais restrito – e já secreto, estávamos em 1963 e a reação “burguesa” já era antevista - de militante da Ação Popular. A “promoção” de companheiro de viagem ou, como se dizia na AP, ampliação – neologismo derivado da prática de “ampliação de quadros” - a militante só é merecida por quem atingiu um grau de cinismo e hipocrisia suficiente para calar todas as suas restrições éticas e morais e torcê-las de modo a que sejam escravizadas aos objetivos do Partido. Entenda-se que companheiro de viagem é um estágio superior a idiota útil, é um cara que já começou a perceber o espírito da coisa mas ainda não está maduro para relegar todos seus escrúpulos à lixeira, e entender que seus objetivos pessoais estão em harmonia com os do Partido. Isto é, entender que o comunismo, ao invés de ser uma ideologia altruísta e coletivista, é o supra-sumo do egoísmo e do individualismo. A propalada atitude altruísta serve para esconder que todo militante pensa somente em seus interesses individuais de poder e de viver à custa do Estado. Ou seja, a maravilhosa e sublime revolução não passa de uma roubo-lução!
É por isto que “um mundo melhor é possível”: para os eleitos. O resto da população, em nome de quem é feita a roubo-lução servirá para participar do processo produtivo “coletivo” escravo. O lucro pessoal não pode ser permitido, pois a chamada “mais valia” passará a ser apropriada pela nova classe ou Nomenklatura. Enquanto se prepara o assalto final, existem melhores companheiros de viagem do que aqueles que detêm provisoriamente o poder de divulgação da “utopia”: artistas, escritores, diretores de teatro, o “beautiful people”, os jornalistas, os profissionais de marketing e os bacharéis em psicanálise (a diferenciar dos genuínos)?
É aqui que entram Jabor e Thomas. Momentaneamente estes companheiros fazem parte da nova classe de privilegiados, pois enquanto se constrói o “estado social” eles recebem todas as atenções dos militantes, aqueles que realmente herdarão as benesses. Existe alguém mais ávido por dinheiro público do que a classe artística? Basta ver as vergonhosas caravanas ao Congresso – como a do último dia 27 – para mamar um pouquinho mais do dinheiro produzido pelo suor dos que trabalham sem privilégios. Ipojuca Pontes já contou muitas histórias aqui e muito mais terá a contar da sua passagem pela Secretaria Nacional de Cultura.
Situação emblemática viveu o Rio de Janeiro, quando se descobriu que enquanto a população é dizimada pela dengue e os mata-mosquitos sumiram; enquanto as ruas vão a cada dia se transformando mais em caminhos carroçáveis; enquanto os hospitais fazem neurocirurgias com furadeiras de parede para trepanação e outras atividades médicas se tornam impossíveis, e as escolas definham, o Prefeito maluco-beleza gasta o equivalente a quatro hospitais novos ou sessenta quilômetros de vias expressas com seis a oito pistas e pode-se imaginar quantas escolas, para construir sua obra prima: a Cidade da Música! Considerando-se legítimo sucessor do César original, mas não tendo tropas para invadir o Egito, resolveu combater o Ædes ægypti a golpes de fanfarras! A gritaria foi geral – ou quase –; adivinhem quem assinou o manifesto a favor da importantíssima obra? Ora, artistas, músicos, promotores de shows, etc. Esta gente é tão desavergonhada na sua mamação que chega a ser ridícula!
Além dos raros militantes (suponho que Chico Buarque seja um deles) os companheiros de viagem e principalmente os idiotas úteis como a Letícia Sabatella, o futuro que lhes está reservado no final da opereta é negro! Perguntem a Fidel ou a Raúl o que eles fariam se o Gerald Thomas mostrasse suas impudicas nágedas ao público num teatro em Havana.

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