É só gritar, que o Brasil diz “sim”
Ah, Lugo, presidente eleito do Paraguai, pode ser intransigente o quanto quiser. O Brasil já disse que aceita negociar. De algum modo, Lugo pertence à mesma voragem, como escreverei?, “esquerdofílica” que varreu a América do Sul e elegeu Lula. O Apedeuta não deixa de ser uma inspiração. E cada um se vira com o seu “imperialista” de plantão — e o Brasil é o “gigante” que serve de satã à esquerda paraguaia.
O Brasil sempre cede aos “companheiros” latino-americanos. É uma nova forma de “imperialismo”, entendem?
O que sustenta o discurso antiimperialista? A suposição, às vezes verdadeira, de que o país mais rico e mais poderoso obtém vantagens na relação com um outro mais pobre, mais fraco. Isso era no passado.
A Argentina, por exemplo, tinha superávits históricos nas relações comerciais com o Brasil. Quando a balança inverteu, os hermanos ficaram nervosos e impuseram cotas de importação de fogão, geladeira etc. E o Brasil aceitou. Como aceitou que Evo Morales, o índio de araque da Bolívia, tomasse a Petrobras. Como se deixará agora ser assaltado pelo Paraguai — que nunca investiu um tostão em Itaipu. A rigor, o que o Brasil faz é pagar o aluguel pela parte da usina que fica naquele país.
Mas agora todo mundo já sabe: basta o “oprimido” gritar, e o Brasil cede. Com Lula, o país descobre o peso de ser imperialista sem ter descoberto, ainda, nenhuma vantagem.
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