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Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
Olá! Somos um grupo de amigos preocupados com os rumos tomados pela nossa insólita Nação que, após anos de alienação intelectual e política que tolheu de muitos a visão do perigo, caminha a passos largos rumo a um socialismo rastaquera, nos moldes da ilha caribenha de Fidel, ou ainda pior. Deus nos ajude e ilumine nesta singela tentativa de, através deste espaço, divulgar a verdade e alertar os que estão a dormir sem sequer sonhar com o perigo que os rodeia. Sejam bem vindos! Amigos da Verdade

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Divergência de pontos de vista ou... fica a dúvida no ar

Durante muito tempo acompanhei diariamente a newsletter de Joelmir Beting. Foi um bom referencial para observar a economia por uma ótica técnica e ao mesmo tempo crítica. De uns tempos para cá tenho "desgostado" da maneira como suas opiniões têm sido demasiado suaves para com a onda socialista que sufoca a América Latina. Têm se limitado a engrossar o coro dos que circunscrevem os crimes da administração petista no Brasil e de seus comparsas bolivarianos a erros administrativos, corrupção e desrespeito aos contratos e às regras de funcionamento livre do mercado. Hoje uma publicação em sua newsletter me fez pensar mais profundamente sobre o que levou a este "amaciamento" de opinião (que já não eram das mais rudes, mas possivelmente motivaram o final de sua coluna no Grupo RBS - onde publicava seus artigos na Zero Hora e no Pioneiro). Leiam vocês mesmos o texto dele, disponível em http://www.joelmirbeting.com.br/noticias.asp?IdNews=30193&IdGnews=6 :

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BRASIL, BELA FIGURA

Saiu o Índice de Transformação 2008, estudo da Fundação Bertelsmann, divulgado em Berlim nesta segunda-feira, 18, comparando quadros econômicos e políticos de 125 países em desenvolvimento e os novos países industrializados. O Brasil está em 15º lugar entre os casos de maior sucesso no desempenho do sistema político. Na América Latina, é indicado como uma das democracias mais avançadas e com economia de mercado bem desenvolvida. Está em 20° lugar em termos de avanços da democracia - e na América Latina, fica atrás apenas do Chile, da Costa Rica e do Uruguai. O estudo considera especialmente positivos, no caso do Brasil, a participação dos cidadãos na sua vida política e a estabilidade relativamente forte de suas instituições políticas. E muito positivos. O aspecto profissional da cooperação internacional do governo, a criação de um consenso nacional quanto aos objetivos das reformas, e a formulação inequívoca dos objetivos políticos. Foi mencionada, também participação de representantes da sociedade civil na formulação política. No cenário econômico, mereceram destaques positivos a estabilidade dos preços, as regulamentações em relação aos mercados e à concorrência, assim como o respeito à propriedade privada. Isso torna, segundo o relatório da Bertelsmann, o Brasil um parceiro fidedigno e confiável. É dos poucos, América Latina, capaz de fazer bom uso das oportunidades que se oferecem em termos de relações internacionais de comércio. Mas falta ao Brasil, adverte o estudo, eliminar ou reduzir os déficits sociais e econômicos, para que a economia possa ser ainda mais competitiva, e, principalmente, reduzir as tensões sociais. Para que o desenvolvimento seja positivo, urge resolver o problema a desigualdade social, que continua gritante e não teve melhoras consideráveis. Deve-se obter redução contínua do número de desempregados ou da pobreza. Especificamente para o governo Lula, o relatório - que menciona a série de escândalos de corrupção - recomenda tornar o sistema político mais transparente e reconquistar a confiança da população na classe política. Deve fixar como prioridade preparar o caminho para uma política econômica mais justa e mais centrada em aspectos sociais, evitando o avanço da polarização entre brasileiros ricos e pobres. Todos os partidos políticos do País devem entender isto como assunto programático e elaborar os respectivos conceitos partidários, conclui. O relatório completo referente ao Brasil encontra-se na internet no site http://www.bertelsmann-transformation-index.de/110.0.html?&L=1

AMÉRICA LATINA

Sobre a América Latina e Caribe, o Índice de Transformação Bertelsmann destaca a tendência de relativa estabilidade democrática e de dinâmica de crescimento econômico, mas alerta contra o que chama de fortes correntes de populismo de esquerda que contrariam essa tendência, ocasionando um descompasso político na América Latina. Ao contrário das quatro democracias relativamente estáveis - Costa Rica, Chile, Jamaica e Uruguai -, quatro países andinos apresentaram nítidos retrocessos em termos de sistema político, o que provocou um enfraquecimento das instituições democráticas. Problema em expansão nos últimos anos, a erosão do monopólio do poder, causado em especial pela expansão da produção e do tráfico de drogas, intrinsecamente ligados ao crime organizado e à corrupção. A Fundação Bertelsmann, fundada em 1977 pelo empresário do setor de mídia Reinhard Mohn, se apresenta como uma entidade independente das empresas do grupo e das instituições partidárias alemãs, neutra em termos de política partidária.

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Que tal? Parece demasiado ufanista assim, à primeira leitura? Bueno... pretendo aprofundar um pouco mais a discussão trazendo uma outra opinião, a de Carlos Albuquerque , publicada no jornal DW-WORLD.DE - Deutsche Welle, disponível nesse link: http://www.dw-world.de/dw/article/0,2144,3136056,00.html :

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Estudo vê disparidade entre progresso econômico e democracia

Segundo o Índice de Transformação da Fundação Bertelsmann de 2008, divulgado no último domingo (17/02) em Berlim, 4 bilhões de habitantes do planeta vivem em democracias. Autocracias e ditaduras englobam 2,5 bilhões de pessoas.
O índice pesquisou 125 países com mais de 2 milhões de habitantes que ainda não atingiram o completo status de democracias baseadas em economia de mercado. O Índice de Transformação (BTI) é divido em dois: um que aponta o desenvolvimento democrático destes países, outro que mede sua transformação gerencial.
Dos 49 países com maior crescimento econômico, nos últimos dois anos, somente 34 são considerados democracias. Pelo índice, Brasil e Argentina são consideradas democracias com defeitos; Colômbia e Venezuela, democracias com muitos defeitos; Chile e Uruguai, democracias.
O BTI de 2008 mostra que 14 países se consolidaram como democracias avançadas. Entre eles, três latino-americanos: Chile, Uruguai e Costa Rica. Por outro lado, o índice aponta Venezuela e Bolívia entre os países que mais desceram no ranking de transformação gerencial.


Democracia praticamente indestrutível

Segundo o estudo, uma série de países do mundo se desenvolve na direção de ditaduras e autocracias. Embora 75 dos 125 países em transformação pesquisados sejam considerados, oficialmente, democracias.
Destes, 52 são democracias defeituosas ou muito defeituosas. Entre estas nações, encontram-se Rússia e Venezuela. A China, por sua vez, é classificada como autocrática.
"Por que a democracia floresce em algumas nações, mas morre em outros?", pergunta o professor de História da Universidade de Harvard, Niall Ferguson, em artigo publicado no jornal Die Welt. As respostas mais fáceis, explica ele, se encontram na Economia.
Num país com renda per capita anual abaixo dos mil dólares, um governo democrático não permanece uma década, explica o professor em alusão às teorias do cientista político Adam Przeworki. Se a renda média anual atinge os 6 mil dólares, a democracia é praticamente indestrutível.

Rússia ultrapassou o Brasil

No entanto, o recente desenvolvimento econômico mundial tem posto esta teoria em questão. A democracia, segundo Ferguson, pouco lucrou do imenso boom que a economia mundial experimentou nos últimos sete anos. Enquanto a autocrática China aumentou em 2,5% sua participação no Produto Interno Bruto mundial, entre 2001 e 2007, a democrática Índia conseguiu elevá-la somente em 0,6%.
Na mesma proporção, a Rússia ultrapassou o Brasil, explica. Ferguson afirma que a discrepância econômica entre democracia e autocracia só tende a aumentar. Segundo o grupo de investimentos Goldman Sachs, até 2050, a participação da China no PIB mundial aumentará de 4% para 15%, enquanto a dos países do G7 diminuirá de 57% para 20%.
A era em que o capitalismo se aproveitava da democracia parece chegar ao fim. Em recente artigo no Los Angeles Times, Madeleine Albright, ex-secretária de Estado norte-americana, declarou: "Por certo tempo, a democracia parecia inevitável. Isto acabou. O mundo se encontra perante uma nova divisão ideológica, não entre comunismo e capitalismo, mas entre democracia e autocracia".


China, Rússia e Venezuela

Abordando o tema, o jornal econômico Financial Times Deutschland (FTD) publicou, na semana passada, editorial intitulado Os impérios contra-atracam. O jornal afirma que a crença de que o sucesso econômico sem liberdade política não é duradouro é colocada em questão não somente por Albright.
A China se gaba de seu crescimento econômico e, teimosa, continua com seu sistema de partido único. Nadando em divisas oriundas dos altos preços mundiais de petróleo e gás natural, a Rússia criou o princípio da "democracia dirigida", o que significaria "nenhuma democracia", explica o FTD.
O mesmo acontece com a Venezuela, que também nada em petrodólares. Segundo a avaliação da ONG americana Human Rights Wacht, o país ainda não é uma ditadura, ainda existiria uma acirrada disputa política, mas "há tendências negativas".


Nova ordem mundial

Os programas sociais de Chávez são apoiados pela petrolífera estatal PDVSA. Os 40 bilhões de dólares pagos pela empresa em impostos e taxas, em 2006, são responsáveis por metade de orçamento do Estado, comenta o FTD.
Isto implica, no entanto, que a empresa não disponha de meios para investir em novas prospecções. Segundo a Opep, há anos que as exportações da PDVSA são decrescentes. O aumento da receita proveio, somente, do acréscimo no preço mundial dos combustíveis.
Perante tais constatações, o mundo ocidental não escapará da pergunta de quanto tempo durará o sucesso econômico de países com tendências autocratas, como também qual será sua influência na nova ordem mundial. Citando o conselheiro presidencial russo Andrei Illarionov, o FTD afirma que "a estabilidade de um sistema se apresenta durante a crise. E, algum dia, ela virá ".

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