RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
Os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil), Franklin Martins (Comunicação Social) e Jorge Félix (Gabinete de Segurança Institucional) afirmaram nesta quarta-feira que estão convencidos de que uma eventual CPI dos Cartões Corporativos no Congresso não pressionará o governo federal a revelar dados considerados sigilosos.
Eles convocaram uma coletiva para reiterar a necessidade de manter secretas as informações que tenham como objetivo a segurança do presidente da República, do vice e de seus familiares.
"Eu não acredito que a CPI queira abrir esses dados. Não concordo em creditar ao Congresso [a possibilidade] de abrir [informações sobre] a segurança do presidente", disse Dilma.Segundo os ministros, os dados relativos ao esquema de segurança da Presidência da República e à alimentação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice, José Alencar, de seu familiares e convidados serão mantidos sob sigilo.
"Por isso estamos reavaliando a revelação daquelas despesas que transferem algum tipo de risco ao presidente da República. Essas informações não mais estarão presentes no Portal [Transparência]", disse Félix.
CPI
Em um esforço para esvaziar a CPI mista dos Cartões Corporativos no Congresso, o governo federal mudou seu discurso hoje e passou a defender a instauração de uma comissão exclusivamente no Senado para investigar a utilização dos cartões.
Os governistas defendem que as apurações comecem em 1998, durante o governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, e estendam-se até 2008.
O Planalto defende a apuração dos fatos pelo Senado, porque na Câmara perderia o controle das investigações. A crise envolvendo os cartões corporativos do governo começou no dia 23 de janeiro, quando a Folha publicou uma reportagem informando que os cartões, indicados para gastos como a compra de material, prestação de serviços e diárias de servidores em viagens, foram usados em 2007 para pagar despesas em loja de instrumentos musicais, veterinária, óticas, choperias, joalherias e em free shop.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), disse ter conversado hoje com o presidente Lula, que, segundo ele, apoiou a iniciativa. Com o aval de Lula, Jucá passou a recolher as assinaturas dos senadores --principalmente dos governistas.
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