Bueno, para entender do que se trata este post, deve-se antes ler o post abaixo "Divergência de pontos de vista ou... fica a dúvida no ar ". O que pretendo aqui é compartilhar com vocês uma série de questionamentos que surgiram em minha mente quando li o artigo do Joelmir hoje de manhã.
Em primeiro lugar, gostaria de convida-los a analisar a frase "O Brasil está em 15º lugar entre os casos de maior sucesso no desempenho do sistema político. Na América Latina, é indicado como uma das democracias mais avançadas e com economia de mercado bem desenvolvida." Me parece que brasileiro nenhum negaria, a princípio, que uma 15a colocação no tal ranking é mui honrosa para nosso país, acostumado a habitar as últimas posições em quase todas as pesquisas que participa (desde que a ordem seja proporcional ao mérito, heheh...). Mas quem de nós ousaria chamar nosso sistema político de "caso de sucesso"? Sabedores que somos da necessidade urgente de uma reforma política para acabar com os desvios que caracterizam a administração pública nacional e formam o quadro de horror que é o Congresso Nacional e o Planalto, assim como o são em escala reduzida todos as assembléias estaduais, câmara de vereadores, prefeituras e tutti quanti... E nossa economia de mercado pode ser chamada de "bem desenvolvida"? Nosso mercado de capitais ainda engatinha, com umas 400 empresas listadas, sendo que no cálculo do seu principal índice - o Ibovespa - entram apenas as mais negociadas (em torno de umas 60 para o período de jan/abr de 2008), e que Petrobrás e Vale do Rio Doce influenciam quase 30% do desempenho do índice? Economia de mercado com carga tributária de país comunista, onde o Estado tunga na fonte 37% de tudo o que se produz? Comparem a leitura de Beting do relatório do Bertelsmann com a leitura de Albuquerque no DW e tirem suas próprias conclusões: "Dos 49 países com maior crescimento econômico, nos últimos dois anos, somente 34 são considerados democracias. Pelo índice, Brasil e Argentina são consideradas democracias com defeitos; Colômbia e Venezuela, democracias com muitos defeitos; Chile e Uruguai, democracias."
Bem, vamos em frente. Beting conseguiu anda ler no relatório que "O estudo considera especialmente positivos, no caso do Brasil, a participação dos cidadãos na sua vida política e a estabilidade relativamente forte de suas instituições políticas." Participação dos cidadãos onde? Como? Os únicos brasileiros que participam de alguma atividade política sem ser profissionais do meio são os ongueiros sustentados a verbas públicas e os baderneiros e criminosos dos MST e correlatos. A esquerda tem o monopólio da manifestação política. Quando a classe média tentou esboçar um movimento de reação - o "Cansei" - foi imeidatamente rotulada de elitista, reacionária, golpista e outros "ismos" que povoam o vocabulário ideologicamente correto. E quanto à estabilidade das instituições políticas, nem acredito que seja possível esta colocação depois dos escândalos do mensalão e do renangate... Para mim bastou ler no original: "The level of democratic consolidation has not changed significantly. Further progress toward consolidation would require political reforms in order to reduce corruption, limit the number of parliamentary parties, reduce the number of legislators who switch parties for personal convenience, and create more transparent and solid political alliances. As in years past, there were virtually no successes of note in these respects. During the period under review, the level of satisfaction with democracy, democratic convictions and interpersonal trust within Brazilian society improved slightly, but still remains very low."
Por fim, o viés socialista transparece na colocação "falta ao Brasil, adverte o estudo, eliminar ou reduzir os déficits sociais e econômicos, para que a economia possa ser ainda mais competitiva, e, principalmente, reduzir as tensões sociais. Para que o desenvolvimento seja positivo, urge resolver o problema a desigualdade social, que continua gritante e não teve melhoras consideráveis." Faltou avisar que redução de déficits sociais através de assistencialismo barato, uma tentativa tupiniquim de repetir o welfare state que afundou a europa em problemas trabalhistas e previdenciários, não combina com uma economia ainda mais competitiva. Quanto a reduzir as tensões sociais, as recentes invasões promovidas pelo MST mostram que o velho ditado que preconiza "a gente dá um dedo, eles querem o braço" ainda é válido.
Par fim, a apoteose vem com os conselhos diretos à administração Lula e aos partidos políticos de esquerda nacionais (alguém conhece algum de direita? Me apresentem que me filio a ele hoje mesmo heheh): "...tornar o sistema político mais transparente e reconquistar a confiança da população na classe política. Deve fixar como prioridade preparar o caminho para uma política econômica mais justa e mais centrada em aspectos sociais, evitando o avanço da polarização entre brasileiros ricos e pobres. Todos os partidos políticos do País devem entender isto como assunto programático e elaborar os respectivos conceitos partidários..." A questão da transparência nem precisa ser mais comentada, depois dessa dos cartões corporativos. Lula logo botou o Gen Félix para defender os seus gastos particulares com a frase mononeurônica "para nós, quanto menos transparência, melhor"... sem falar na CPI chapa-branca que está preparando o forno para mais uma rodada de pizzas à moda da Granja do Torto. E aos partidos não restaria opção de sobrevivência política a não ser incluir todo o lixo ideológico socialista em seus conteúdos programáticos. Afinal, o próprio Lula já condenou ao limbo o DEM, o partido menos à esquerda em nosso espectro político, sentenciando que este "não tem perspectiva de voltar ao poder".
Enfim, ou estes dois cidadãos não leram o mesmo texto, ou o enfoque dado por um deles está viesado; e me parece que já escolhi meu lado neste campo de batalha. A simples confrontação de nossa dura realidade com as duas interpretações do documento me parece não deixar sombra de dúvida. E, para concluir, Albuquerque ainda levanta o tema que mais preocupa a América Latina de hoje, tratado pelo Bertelsmann e solenemente "esquecido" por Beting: o recrudescimento dos regimes autocráticos: "A era em que o capitalismo se aproveitava da democracia parece chegar ao fim. Em recente artigo no Los Angeles Times, Madeleine Albright, ex-secretária de Estado norte-americana, declarou: "Por certo tempo, a democracia parecia inevitável. Isto acabou. O mundo se encontra perante uma nova divisão ideológica, não entre comunismo e capitalismo, mas entre democracia e autocracia".
Quem somos
- PANACEIA POLÍTICA
- Caxias do Sul, Rio Grande do Sul, Brazil
- Olá! Somos um grupo de amigos preocupados com os rumos tomados pela nossa insólita Nação que, após anos de alienação intelectual e política que tolheu de muitos a visão do perigo, caminha a passos largos rumo a um socialismo rastaquera, nos moldes da ilha caribenha de Fidel, ou ainda pior. Deus nos ajude e ilumine nesta singela tentativa de, através deste espaço, divulgar a verdade e alertar os que estão a dormir sem sequer sonhar com o perigo que os rodeia. Sejam bem vindos! Amigos da Verdade
terça-feira, 19 de fevereiro de 2008
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